O Grêmio ou Metafísica do Ressentimento

“Quem é esta que sobe do deserto, firmada sobre o seu amado?” Repetiu três vezes seguidas a pergunta de Machado. A resposta não fora suficiente. Mas não está só. Como se recusasse o Cônego (o conto), não compreendera que seu cérebro era outro. Tinha cérebro raivoso e desatento para minúcias eruditas.

Antes do marco profetizado no ano de 2222, atentar-me-ei para o velho estilo metafísico e regozijarei os versos antigos do estilo esquecido pelo coletivo até mesmo, por vezes, em hábitos acadêmicos – reclamo sarau e ode à obra ainda não traduzida em todas as línguas.

– Mas donde vinha tanta fúria do leitor de agora?

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O Cônego ou Metafísica do Estilo, por Machado de Assis

— “VEM DO LÍBANO, esposa minha, vem do Líbano, vem… As mandrágoras, deram o seu cheiro. Temos às nossas portas toda casta de pombos…”

— “Eu vos conjuro, filhas de Jerusalém, que se encontrardes o meu amado, lhe façais saber que estou enferma de amor…”

Era assim, com essa melodia do velho drama de Judá, que procuravam um ao outro na cabeça do Cônego Matias um substantivo e um adjetivo… Não me interrompas, leitor precipitado; sei que não acreditas em nada do que vou dizer. Di-lo-ei, contudo, a despeito da tua pouca fé, porque o dia da conversão pública há de chegar.

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